Filipe Catto

Filho de músico, Filipe Catto começou cedo a tocar violão e cantar com o pai em pequenos eventos. E não demorou muito para que Oscar Alves, pai de Catto, percebesse que na voz peculiar do pequeno, poderia surgir um músico de extremo talento. Estimulado pelos pais a criar livremente, desenvolvendo assim características musicais muito próprias, Catto passou a adolescência gravando faixas caseiras que mais além resultariam em um EP.

Em 2005, convidado por Kátia Suman participou do Sarau Elétrico – evento que ocorre todas as terças-feiras, desde 1999, no Bar Ocidente e gira em torno da literatura, sempre com uma canja musical ao final – e em função da repercussão desta participação, Catto seria convidado a tocar novamente no Bar Ocidente mais tarde. Entre 2005 e 2006, Catto fundou algumas bandas e participou de outras, como Catto & Os Corujas, Ácido Vinil e Nancy Nancy, onde vigorava seu lado mais rock e sarcástico. Já mais conhecido no meio artístico, foi chamado pelo diretor João Ricardo para fazer a trilha da peça Andy/Edie, que foi muito elogiada, inclusive pela trilha musical. Nessa mesma época, começou seu projeto solo, com músicas mais intimistas. Ele mantinha um site com cerca de 1.000 acessos diários, onde as pessoas podiam ouvir suas músicas. Inspirado por Cat Power, Catto montou um show intimista, com divulgação na mídia local especializada, como o Programa Radar.

Em 2007, seguiu a carreira solo fazendo shows em bares, gravações em casa e lançou mão de outra ferramenta para divulgação na internet, o MySpace – www.myspace.com/filipecattomusic – obtendo um número bem expressivo de downloads. Gravou a demo Dois, o que resultou em outro show no Bar Ocidente, com a casa lotada. Foi também neste ano que Catto teve talvez uma das experiências mais marcantes da sua vida. Mudou-se para o Brooklin, em NY atrás de buscas pessoais. Esta experiência dentro de outra cultura, acabou por avivar suas influências brasileiríssimas. Passou a pesquisar música brasileira, descobriu ritmos e se apaixonou pela música latina em geral. Especialmente pelas músicas que permeiam as fronteiras do Rio Grande do Sul.

De volta ao Brasil em 2008 montou junto com o diretor João Pedro Madureira, o show Ouro e Pétala, formado de voz, violão e palmas, apresentado, no Teatro Hebraica nos meses de julho e agosto do mesmo ano. Este show marcou a comunhão musical de Catto, que sempre bebeu muito da obra de divas como Maysa e Elis Regina, adolesceu em PJ Harvey e amadureceu com Chico Buarque e Elza Soares. Passada a celebração do retorno, Filipe Catto sentou, compôs e gravou o EP independente e pungente SAGA.

Com SAGA, Catto apresenta toda sua trajetória em busca de uma musicalidade própria, esmiúça suas percepções mais íntimas, suas amarguras, impulsos e anseios. Nos leva junto aos bares de Porto Alegre ou Nova Yorque, a cada rabisco feito em guardanapos de papel, nos apresenta personagens extravagantes da noite boêmia, amores e dissabores com tamanha destreza, que instiga novamente uma velha discussão.

O que será do nosso cenário musical daqui pra frente? Porque assistimos a mais shows em bares e cafés do que em teatros? O que vemos e ouvimos na mídia? Afinal, onde estão os nossos ídolos, divas e divos? Filipe Catto veio pra revigorar e pra reafirmar que existe sim um caminho paralelo a se trilhar, existe sim uma nova gama de músicos pronta para trabalhar, que precisa de espaços para se apresentar e que depende da gente jogar essa nova geração na mídia, porque depois disso é só uma questão de tempo, pra cair no gosto popular [...] "e nessa saga venho com pedras e brasa, venho com força, mas sem nunca me esquecer, que era fácil se perder por entre sonhos e deixar o coração sangrando até enlouquecer" [...] Saga – Filipe Catto

Kika Lisboa - Produtora Cultural em Porto Alegre e produtora de Filipe Catto
















Obtenha o Flash agora!

Para ouvir ou exibir este conteúdo, será preciso atualizar a sua versão do Flash.






Previous
Next Post »